Duas mulheres foram encontradas mortas, amarradas e com partes das roupas faltando em um matagal na noite de quarta-feira (27), em Itapoá, em Santa Catarina.
As informações são do portal ND+.
De acordo com informações da Polícia Militar, as mulheres estavam entre pedras em uma área de difícil acesso, situada na região da SC-416, no bairro Saí Mirim.
Os corpos foram encontrados por volta das 21h, quando trabalhadores que transitavam pela área se depararam com a cena. A delegada da Polícia Civil, Milena Fátima Rosa, informou que as vítimas estavam nas proximidades do gasoduto da Petrobrás.
Uma das mulheres apresentava múltiplas lesões na cabeça, indicando sinais de violência. Até o momento, a identidade das vítimas permanece desconhecida.
O número de casos de feminicídio aumentaram 34% no primeiro semestre de 2023 no estado de São Paulo, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado (SSP).
Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 111 casos de assassinatos de mulheres em todo o estado. Em 2022, foram 83.
Feminicídio cresce 34% neste 1º semestre no estado, segundo SSP; agressão, ameaça e medidas protetivas também tiveram alta
Números são comparados com 2022 e pesquisadora de direitos humanos afirma que eles traduzem o cenário 'nós não estamos oferecendo o que é eficaz'; agosto é o mês do combate à violência contra a mulher.
Por SP2 — São PauloOs dados também mostram que foram registrados 28.117 casos de lesão corporal dolosa contra mulheres, 14% a mais do que o mesmo período em 2022.
Os casos de ameaças contra mulheres também cresceram: 48.728 registros, contra 29.313 em 2022, ou seja, uma alta foi de 66%.
Já os registros de medidas protetivas cresceram 17 % no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
“Os números são muito significativos, eles estão clara e abertamente dizendo para todas as instituições: vocês não fizeram a lição de casa. O que nós estamos oferecendo para a mulher vítima ainda é nada diante do cenário. Nós não estamos oferecendo o que é eficaz”, disse Artenira Silva, pesquisadora de Direitos Humanos.
Artenira aponta lacunas durante o processo pelo qual uma mulher vítima de agressão passa. “A principal medida protetiva não deveria ser o afastamento do agressor da vítima. A falta de percepção, de qualificação, para avaliar o caso daquela vítima faz com que, na maioria das vezes, se defira uma medida protetiva que está no rol da lei e não que você imagine que medida serviria melhor para aquela mulher naquele caso”, afirmou.